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Justiça bloqueia R$ 12 milhões de grupo acusado de fraudes bancárias no Piauí

As investigações revelaram que o grupo se dividia em três núcleos: técnico, financeiro e de campo

12 de junho de 2025 às 07:40
3 min de leitura

O doutor Thiago Carvalho Martins, titular da Vara de Delitos de Organização Criminosa do Tribunal de Justiça do Piauí, aceitou a denúncia do Ministério Público contra 27 pessoas acusadas de integrar uma rede criminosa especializada em fraudes bancárias. A decisão, proferida no último dia 3 de junho, é um desdobramento da Operação Personagens, deflagrada pela Polícia Civil em abril deste ano.

Tribunal de Justiça do Estado do PiauíMikeias di Mattos | Lupa 1

O magistrado determinou o bloqueio de bens no valor de R$ 12 milhões, atingindo tanto os acusados quanto empresas ligadas ao esquema, como a fictícia “Super Negócios”. A medida inclui bloqueio de contas bancárias, aplicações em previdência privada e ações na Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

Denúncia do Ministério Público

De acordo com o promotor Marcelo de Jesus Monteiro Araújo, responsável pela denúncia, a organização criminosa vinha atuando desde 2019, utilizando documentos falsificados para contrair empréstimos em nome de terceiros. As vítimas preferenciais eram idosos e pessoas em situação de rua, que tinham seus dados utilizados sem autorização para movimentações bancárias fraudulentas. “As ações do grupo lesam diretamente os mais vulneráveis, tornando ainda mais urgente a resposta firme do Estado”, afirmou o promotor.

As investigações revelaram que o grupo se dividia em três núcleos: técnico, financeiro e de campo. O primeiro falsificava documentos e burlava sistemas eletrónicos; o segundo era responsável pela lavagem de dinheiro; enquanto o último aliciava vítimas para servir de “laranjas” ou fornecer imagens para os documentos forjados.

Um dos momentos mais críticos da operação foi a prisão em flagrante de um dos acusados ao tentar abrir uma conta no Banco do Brasil de Parnaíba, usando documentação falsa. Segundo os investigadores, essa prática era comum dentro do esquema, que também envolvia fraudes com milhas aéreas e seguros de vida.

Dentre os investigados, destacam-se Rafael Rodrigues dos Santos, que teria movimentado R$ 3,7 milhões entre 2021 e 2024, e Raimundo Nonato Pereira dos Santos Filho, cuja conta pessoal recebeu mais de R$ 2,1 milhões sem fonte lícita de renda identificável. Em alguns casos, vítimas descobriram que tinham linhas telefónicas e contas bancárias abertas em seus nomes sem qualquer consentimento.

A Justiça também autorizou a citação dos réus, que têm agora o prazo de dez dias para responder às acusações. O juiz Thiago Carvalho Martins ainda expediu mandados de prisão preventiva contra oito envolvidos e determinou o bloqueio de bens como medida cautelar para resguardar os cofres públicos e evitar novas movimentações suspeitas.

A Operação Personagens marca mais um capítulo no combate à criminalidade financeira no estado e revela o grau de sofisticação alcançado por grupos criminosos que se aproveitam da fragilidade de sistemas e da vulnerabilidade social.

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