Ciro Nogueira critica Lula e diz que presidente é “analógico”, “alienado” e não usa celular
Senador afirma que Lula evita enfrentar os problemas do país, se comunica apenas por terceiros e prefere viagens com a esposa às decisões de governo
Em entrevista ao podcast Política Dinâmica, apresentado por Marcos Melo no canal Ielcast, o senador e presidente do PP nacional, Ciro Nogueira (PP-PI) fez críticas incisivas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Segundo ele, o chefe do Executivo tem se mostrado “desconectado” da realidade política e istrativa do país, chamando Lula de “analógico”, “alienado” e “sem vontade” para governar.
Senador Ciro Nogueira em entrevista concedida ao Ielcast.
"O problema desse governo é o próprio presidente. É um homem ultraado, sem energia para enfrentar os desafios do Brasil. Hoje, ele a mais tempo viajando pelo mundo com a esposa do que discutindo os problemas do país", afirmou o senador.
Ciro destacou que Lula não participa das decisões importantes no período da noite e mantém uma rotina limitada.
Seis horas da tarde vai pra casa e não quer mais saber de nada. É assim que tem sido
Um dos pontos mais polêmicos da entrevista foi a alegação de que o presidente sequer utiliza um telefone celular.
Ele não tem celular. Se alguém quiser falar com ele, tem que ligar pra Janja ou pro Marcola, que é o secretário dele .
Afirmou Nogueira, fazendo referência ao apelido usado para designar o assessor especial Marco Aurélio Marcola.
Presidente analógico
O senador argumentou que a ausência de um celular em pleno século XXI é um sinal de afastamento deliberado das informações e do cotidiano do país.
Isso faz com que a pessoa fique à mercê do que querem mostrar pra ela. Ele não busca saber nada. É uma pessoa completamente alienada, declarou.
Segundo Nogueira, a ideia de que Lula seria um presidente “analógico” não é uma invenção da oposição.
Isso nem fui eu que disse, não. Foi a própria Janja que publicou nas redes sociais, pontuou.
As declarações repercutem num momento de acirramento político entre aliados do governo e membros da oposição, especialmente em temas relacionados à condução econômica, agendas internacionais e governabilidade interna.
O Ponto de Ruptura
As falas do senador Ciro Nogueira revelam mais do que divergências políticas: expõem uma tentativa clara de reposicionar a figura do presidente Lula diante da opinião pública. Ao chamá-lo de “analógico”, “sem vontade” e “alienado”, o senador utiliza símbolos poderosos para pintar o retrato de um chefe de Estado distante, desatualizado e inoperante. E quando essa crítica vem acompanhada da ideia de que a comunicação com o presidente só ocorre por intermédio da esposa ou de um assessor, a mensagem que se constrói é a de um governo conduzido por filtros e não pela liderança direta.
Essa narrativa pode soar superficial em sua superfície, afinal, o uso ou não de um celular não define, por si só, a capacidade de governar, mas ganha força em tempos de política guiada por percepção. Em outras palavras, não importa tanto se Lula governa ou não por telefone, mas sim como esse dado é usado para reforçar uma imagem pública de ausência ou obsolescência.
Ciro, experiente articulador do Centrão e ex-ministro da Casa Civil, sabe disso. Sua fala está construída para viralizar e reverberar, especialmente nas redes sociais e nas bases conservadoras. É também um sinal de como a oposição pretende conduzir o debate daqui pra frente: não apenas atacando políticas públicas, mas minando a legitimidade simbólica do presidente.
Lula, por sua vez, tem o desafio de não subestimar esse tipo de discurso. A imagem de um líder que governa sem pressa, fora das telas, pode funcionar para alguns públicos — mas também pode custar caro quando associada à ideia de um país que pede pressa, modernização e respostas ágeis.
No fim, o que está em jogo é mais do que um estilo de governar. É a disputa por qual Brasil será visto: o que se move devagar nos bastidores, ou o que responde em tempo real no front.
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